coisa da joana

Indo para Madrid encontrar minha mãe que faz 70 anos hoje... escrevi:

Thanks God!
Simplesmente o homem não pesou minha mochila. Cheguei na fila para entrar na sala de embarque e todos colocavam sacolas dentro de sacolas, amarravam um casaco por cima do outro no corpo, falavam rápido, palpitavam no peso da malado vizinho. Era esse o clima, afinal, se paga caro por passagem barata. Só pode um único volume de até 10kg.
Saí de casa com minha mochila pesando mais de 10kg, certo. Tô indo com pouca roupa, o que pesa aqui são minhas revistas de noivas, que quero deixar para minha mãe levar pro Brasil. Esse é o peso, mas também é meu tesouro. Enfim. A menina espanhola pega minha mochila e diz que deve ter uns 8 kg, “não te preocupa”. Pensei, “jura...vou ter que deixar alguma das revistas certo com esse cara”. Apavorada! Chegou minha vez. Digo: “hello Sir”- e pergunto se posso entrar com minha garrafa de água – já puxei um papinho. Ela era meio grande, 750ml. Ele me responde sorrindo: “sure”. Me devolveu o cartão de embarque e me mandou passar. Mas como assim? Ele não vai pesar minha mochila? Já tinha tirada meus supostos 15 quilos das costas e já pensava a cara que deveria fazer quando ele dissesse que tava passando do limite. Já sofria com a mulher do meu lado que abria a carteira para pagar 35 libras por ter dois quilos a mais em compras, provavelmente. Pois a minha, o cara não pesou. Não entendi, passei não acreditando!
Sentei direto na primeira poltrona que vi na sala para me acalmar. Olho pra trás e o mesmo senhor pesava a mochila de quem estava atrás de mim.
Bom, alívio, calorão! Preciso escrever. Preciso tirar o casaco. Tiro e então, me emociono. Uma joaninha, quase como de mentira, caminhava nele. No forro! Querida...bem vermelha e bem pintadinha como em um desenho. Sorte, muita sorte! Ela está comigo.